Israel confirmou a morte de Yahya Sinwar, o líder do Hamas e considerado o mentor do ataque realizado pelo grupo terrorista em 7 de outubro de 2023.
- zulaisac
- 18 de out. de 2024
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Ele era visto como o idealizador desse atentado, que resultou em significativa escalada de violência na região.
As Forças Armadas de Israel anunciaram, nesta quinta-feira (17), a morte de Yahya Sinwar, líder do Hamas e mentor dos ataques de 7 de outubro de 2023. Sinwar, que era um dos principais alvos de Israel, já havia sido preso por 23 anos e ocupava uma posição de governante na Faixa de Gaza.
Desde o início da guerra contra o Hamas, Israel direcionou suas ações, incluindo o primeiro bombardeio na Faixa de Gaza, à residência de Sinwar. Ele foi eleito chefe do Hamas após a morte de Ismail Haniyeh, assassinado por Israel no Irã em julho. Sinwar foi o comandante que liderou o grupo por menos tempo, já que todos os outros membros do escalão principal foram mortos em ataques israelenses desde o início do conflito.
A morte de Sinwar ocorreu durante um confronto com soldados israelenses em Rafah, cidade onde nasceu e cresceu. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou que Sinwar "destruiu vidas" e enfatizou que sua morte "não significa que a guerra acabou".
A caçada a Sinwar durou mais de um ano e envolveu várias operações das Forças Armadas de Israel e do Shin Bet, o serviço secreto israelense. O conselheiro de Segurança dos EUA, Jake Sullivan, informou que a inteligência americana contribuiu para localizar e capturar líderes do Hamas, incluindo Sinwar.
Arcada dentária identificou terrorista
Na mesma operação que resultou na morte de Yahya Sinwar, soldados israelenses também eliminaram outros dois membros do Hamas, cuja identidade não foi confirmada até a última atualização. Durante a troca de tiros, os militares suspeitaram que o terceiro combatente era Sinwar. Após coletar amostras de DNA e realizar exames de arcada dentária, foi confirmada sua identidade.
Sinwar é considerado o principal mentor do ataque de 7 de outubro de 2023, quando o Hamas invadiu Israel, resultando na morte de cerca de 1.200 pessoas e no sequestro de outras 230. Israel declarou que Sinwar seria um alvo prioritário logo após o atentado, que deu início à guerra na Faixa de Gaza entre Hamas e Israel.
Atualmente, as Forças Armadas de Israel também estão enfrentando o grupo extremista Hezbollah, no Líbano. Tanto o Hamas quanto o Hezbollah recebem apoio do Irã, o que tem causado irritação ao governo iraniano. Em 1º de outubro, o Irã lançou uma série de mísseis contra Israel em retaliação ao assassinato de líderes do Hezbollah e do Hamas pelas forças israelenses. O governo de Israel prometeu vingança, aumentando os temores de uma escalada significativa do conflito no Oriente Médio.
Quem foi Yahya Sinwar
Após seis anos como chefe do Hamas na Faixa de Gaza e ocupando a posição de número 2 na hierarquia do grupo, Yahya Sinwar foi nomeado em agosto como comandante máximo do Hamas, após a morte de Ismail Haniyeh. Desde então, seu paradeiro era mantido em segredo, mas seu perfil e sua proximidade com os moradores da região acabaram fornecendo pistas para as forças israelenses.
Sinwar foi eleito por meio de votações secretas e governou a Faixa de Gaza por seis anos. Antes disso, ele passou 23 anos em prisões israelenses, condenado a quatro penas de prisão perpétua por crimes que incluíam a morte de dois soldados israelenses e de quatro palestinos associados a Israel. Ele foi libertado em 2011, juntamente com mais 1.026 prisioneiros palestinos, em troca do soldado Gilad Shalit, sequestrado pelo Hamas cinco anos antes.
Fluente em hebraico, Sinwar afirmou que aproveitou seu tempo na prisão para estudar o inimigo. Em 2018, durante negociações para um cessar-fogo com Israel, ele enviou uma mensagem ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, escrita à mão em hebraico, que continha apenas duas palavras: "risco calculado".
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